Zingiber officinale em Pacientes com Diabetes tipo 2

Proporciona Efeitos Cardiometabólicos Positivos

Comorbidades em Pacientes com DM2

Suplementos Auxiliam na Prevenção e Controle

A prevalência global de diabetes tipo 2 (DM2) quase triplicou nas últimas décadas, atingindo proporções epidêmicas em países ocidentalizados. O diabetes é reconhecido como um potente fator de risco de doença cardiovascular (DCV), de tal forma que indivíduos com essa doença têm um aumento de 2 a 4 vezes no risco de infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral em comparação com seus pares saudáveis. Adultos com diabetes que sofreram um evento cardiovascular têm pior prognóstico em relação aos adultos sem diabetes, incluindo maior risco de mortalidade cardiovascular. As comorbidades cardiometabólicas se manifestam coletivamente como síndrome metabólica (MetS), ou seja, hipertensão, dislipidemia, glicemia de jejum alterada e obesidade abdominal, e são altamente prevalentes entre adultos com doença coronariana (DAC). Quando agregadas ao diabetes, podem amplificar ainda mais a morbidade e mortalidade cardiovascular (LADDU DR, et al., 2020).

O DM2 está associado ao aumento das concentrações lipídicas, inflamação e estresse oxidativo. Além disso, propõe-se que os produtos finais de glicação avançada (AGEs) contribuam para a rigidez miocárdica no diabetes por meio de ligações cruzadas (crosslinking) de proteínas miocárdicas, como colágeno e elastina. Estudos relataram que 50%-80% da população com diabetes morre de doenças cardiovasculares, incluindo DAC, acidente vascular cerebral e outras doenças vasculares, tornando-se a principal causa de morbidade e mortalidade em pacientes diabéticos (MIRHASHEMI SM, et al., 2016).

Zingiber officinale

o   Erva perene da família Zingiberaceae, nativa das ilhas do Pacífico;

o   Composição química complexa: contém 194 tipos de óleos voláteis, 85 tipos de gingerol e 28 tipos de compostos diarilheptanoides, tantos alguns compostos de forma isolada como as interações entre eles são responsáveis para as mais diversas aplicações terapêuticas;

o   A maioria dos estudos dos componentes bioativos do gengibre se concentra em seu óleo volátil, gingerol, shogaol e compostos de zingerona;

o   Gingerol tem sido usado para inibir a angiogênese in vivo e in vitro, também possui ação como antioxidante.

Estudo Demonstra:

Efeitos Cardiometabólicos do Extrato de

Zingiber officinale em Pacientes Diabéticos Tipo 2

Estudo avaliou os efeitos cardiovasculares e metabólicos do gengibre (Zingiber officinale) na terapia complementar de pacientes com diabetes tipo 2 ao longo de seis semanas.

Parâmetros Avaliados:

Ecocardiograma transtorácico com Doppler, monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA), hemoglobina glicada (HbA1c), perfil lipídico e análise da função renal e hepática foram realizados no início e ao final do estudo. A adesão ao tratamento, palatabilidade e segurança também foram avaliados.

Resultados:

Ø  Diminuição não significativa na Onda E’ mitral de 0.05[0.04-0.09] para 0.06[0.05-0.7] cm/s, na Onda A mitral de 0.8[0.6-0.8] para 0.7[0.6-0.8] cm/s e Onda E mitral de 0.6[0.5-0.7] para 0.5[0.425-0.6] cm/s;

Ø  Não houve redução expressiva na hemoglobina glicada (HbA1c), que foi de 49.7[47.0-57.4] para 44.3[38.8-53.0] mmol/mol, nem nos triglicérides, que foram de 1.6[1.4-1.9] para 1.2[0.9-1.8] mmol/l;

Ø  Na monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA), houve uma diminuição de 5% ou mais na PAD diurna (pressão arterial diastólica diurna), PA diurna (pressão arterial diurna) e na PAD de 24 horas (pressão arterial diastólica de 24 horas).

Conclusão

O extrato de Zingiber officinale, usado como terapia complementar, tende a melhorar a função diastólica, pressão arterial e perfil lipídico em pacientes com diabetes tipo 2.