Uso do Conceito de
Polipílula nas Desordens Metabólicas
Otimiza o Tratamento das Doenças Cardiovasculares
A doença cardiovascular é a maior causa
de morbidade e mortalidade global. Trata-se de uma epidemia com fatores de
risco bem definidos, muitos potencialmente modificáveis e capazes de alterar o
curso, a sobrevida e a qualidade de vida dos indivíduos. As medidas de
prevenção têm reduzido substancialmente os seus eventos adversos em países
desenvolvidos; estima-se que, em 2020, em torno de 80% da mortalidade
cardiovascular ocorrerá em países de baixo e médio desenvolvimento.
Otimizar a prevenção, atingindo mais segmentos populacionais, é objetivo que há muito se almeja. Além das medidas comportamentais (mudanças de hábitos de vida), busca-se aumentar a aderência dos pacientes às medicações, tornando os fármacos mais disponíveis, com preços melhores, posologias com menores números de tomadas, menos efeitos colaterais e maior eficácia.
Conceito de Polipílula
Em 2002, Wald e Law propuseram o conceito de polipílula como solução potencial para esse problema. A polipílula representa poderosa ferramenta, consistindo em uma combinação de diversas medicações-chave comumente prescritas para a doença cardiovascular, tais como: estatina, diurético, betabloqueador ou inibidor da enzima conversora da angiotensina em uma única pílula. Sugeriu-se que poderia ser uma nova medida tática na abordagem à prevenção de doenças cardiovasculares, em medida bastante simples.
Esse procedimento poderia aumentar a complacência da medicação para aqueles que estivessem recebendo tratamento de saúde, tendo o potencial de ser utilizado por diversos setores de cuidados de saúde em todo o mundo, em especial em países em desenvolvimento e subdesenvolvidos, os quais foram identificados como áreas de maior risco para doença cardiovascular.
Um inconveniente da polipílula é que há
limitados dados demonstrando sua segurança e eficácia na prevenção de morbidade
e mortalidade cardiovascular. Estudos mostram que ela é promissora, porém
necessita ser abordada com umas poucas considerações, tais como população de
pacientes-alvo desejada e sua formulação. A utilização da polipílula associada
à educação à distância, desde que disponível, poderia se tornar uma estratégia
redutora de custos e melhorar a aderência ao tratamento.
A criação das polipílulas, combinações fixas de estatina, betabloqueador, inibidores da enzima conversora de angiotensina e outros, apresenta-se como uma solução proposta para aumentar a prevenção primária e secundária.
Estudo Comprova
Em um estudo conduzido por Munoz et al. 2019 que avaliou os efeitos do uso de polipílulas com baixas doses de medicamentos no tratamento de pacientes com distúrbios metabólicos e também foi avaliada a aderência dos pacientes a terapia.
Resultados:
ü Na
linha base a pressão arterial era de 140/83 mm de Hg e o LDL-colesterol era de
113 mg/dl;
ü A
aderência pelo regime de polipílula, avaliado em relação à linha base, foi de
86%;
ü A
redução média da pressão sistólica ficou em 9 mm de Hg no grupo 1 comparado com
uma diminuição de 2 mm de Hg no grupo 2 (p=0,003);
ü Os níveis de LDL- colesterol foram diminuídos em média 15 mg/dl no grupo 1, comparado com 4 mg/dl no grupo 2 (p<0,001).
Conclusão:
Referências bibliográficas
MUÑOZ, D. et al. Polypill for Cardiovascular Disease Prevention in an Underserved Population. N Engl J Med. 2019 Sep 19;381(12):1114-1123.
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