Uso de Fitoesfingosina na Dermatite Atópica Canina

Impede a Perda de Água Transepidérmica e Aumenta os Níveis de Ceramidas no Estrato Córneo

Microbiota de Cães e Gatos

Características

A Dermatite Atópica Canina (DAC) é uma doença de pele de caráter genético e inflamatório (DeBoer, 2004), na qual o animal torna-se sensibilizado a antígenos ambientais mediante a formação de anticorpos IgE, o que causa afecção alérgica pruriginosa.

O tratamento de crises agudas de DA deve envolver a procura, e posterior eliminação, da causa da crise, banhos com shampoos suaves e o controle do prurido e lesões cutâneas.

As formulações emolientes contendo lipídios, açúcares complexos e antissépticos, ou fitoesfingosina, óleos de framboesa e lipídios têm demonstrado providenciar efeito em lesões cutâneas e no prurido em cães atópicos. A intensidade e frequência dos banhos podem ser o fator mais importante para o alívio do prurido.

Os lipídeos do estrato córneo são compostos principalmente por ácidos graxos livres, colesterol e ceramidas. As ceramidas são geradas de uma base esfingóide e um ácido graxo. Alguns exemplos de bases esfingóides incluem esfingosina, dihidroesfingosina e fitoesfingosina (MIZUTANI et al., 2009).

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Benefícios da Fitoesfingosina

A fitoesfingosina é uma base esfingóide presente em altas concentrações no estrato córneo. Obtida biotecnologicamente pela fermentação de leveduras, a fitoesfingosina desempenha um importante papel na manutenção da pele saudável. A aplicação tópica da fitoesfingosina e seus derivados têm mostrado promover:

à Aumento dos níveis de ceramidas no estrato córneo;

à Melhorar a função barreira da pele;

à Prevenção da perda de água transepidermal;

à Regula o crescimento, diferenciação e apoptose de células epidermais;

à Atividade anti-inflamatória e antimicrobiana;

à Importante papel no sistema de defesa natural da pele.

Além disso, estudos realizados em cães atópicos mostram que o tratamento tópico com esfingolipídios e ácidos graxos resulta em uma melhora significativa na biossíntese lipídica de queratinócitos, permitindo a reestruturação da barreira epidérmica.

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Fitoesfingosina

Características Importantes

A redução dos níveis de esfingosina em pacientes com DA explica, ao menos parcialmente, a aparência facilmente irritada e escamosa da pele de indivíduos com esta doença, e sua propensão a desenvolver infecções cutâneas secundárias (ARIKAWA et al., 2002).

Na medicina veterinária, o uso de tratamentos tópicos é recomendado pelo Comitê de Especialistas em Dermatite Atópica Canina (OLIVRY et al., 2010). O tratamento dos cães com DA envolve o reestabelecimento da barreira cutânea através de hidratação, mas principalmente se baseia em reduzir a inflamação e o prurido.

Produtos que possuem fitoesfingosina em sua formulação se apresentam como uma boa alternativa no tratamento tópico de DA, já que a molécula é uma proceramida com comprovada ação reconstrutiva na barreira da pele e atua na regulação da microbiota cutânea.

Referências bibliográficas

DEBOER, D. J. Canine atopic dermatitis: new targets, new therapies. Madison: American Society for Nutritional Sciences, 2004.

MIZUTANI, Y. et al. Ceramide biosynthesis in keratinocyte and its role in skin function. Biochimie. n. 91, p.784–790. 2009. MORAR, N. et al. The genetics of atopic dermatitis. Journal of Allergy and Clinical Immunology, v. 118, n. 1, p. 24-34, 2006.

PAVICIC T., et al. Antimicrobial and anti-inflammatory activity and efficacy of phytosphingosine: an in-vitro and in vivo study addressing acne vulgaris. International Journal of Cosmetic Science, n.29, p.181-190. 2007.