Psoríase

Probióticos são Eficazes na Redução da Gravidade da Doença

Psoríase

Probióticos são Eficazes na Redução da Gravidade da Doença

A psoríase é uma doença inflamatória crônica da pele, imunomediada, sistêmica e frequentemente debilitante. Possui forte base genética caracterizada por alterações complexas no crescimento e diferenciação epidérmica, bem como múltiplas anormalidades bioquímicas e vasculares no sistema nervoso.

Eixo Gastrointestinal - Pele

A microbiota gastrointestinal pode se comunicar com a pele, como um importante modulador do eixo gastrointestinal - pele. É conhecido por influenciar a homeostase cutânea por meio da modulação das respostas imunológicas sistêmicas. Metabolitos microbianos específicos, como ácido retinóico e polissacarídeo A, produzidos por clostrídios comensais, bem como Faecalibacterium prausnitzii e Bacteroides fragilis, estimulam o acúmulo de células T reguladoras (Treg) que dificultam a inflamação. Por outro lado, bactérias formadoras de esporos, como Clostridia, podem promover o acúmulo de células Th1 e Th17 com função pró-inflamatória.

Relatórios recentes revelam que o microbioma gastrointestinal pode afetar o equilíbrio da pele e também sua resposta imunológica devido à migração do microbioma natural e seus produtos metabólicos para a pele.

A psoríase também causa inflamação em outros órgãos do corpo. Em alguns pacientes é diagnosticada juntamente com doença inflamatória intestinal (DII), tornando a correlação com a inflamação gastrointestinal particularmente forte. A etiopatogênese da psoríase e DII mostrou certos fatores genéticos e ambientais sobrepostos, bem como vias imunológicas. É sustentado pelas descobertas que mostram que as células Th17 e suas citocinas, identificadas por exercerem um impacto crítico na progressão da psoríase, também estiveram envolvidas na fisiopatologia da DII (Hadi Atabati et al. 2020).

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Estudo Comprova 

Foi proposto que as bactérias gastrointestinais e seus metabólitos podem invadir a barreira gastrointestinal danificada e ir para a corrente sanguínea acometendo os órgãos além do sistema intestinal, como a pele por exemplo. Esta hipótese foi reforçada através de investigações que apresentaram amostras de sangue de pacientes diagnosticados com psoríase onde continham vestígios de DNA de origem bacteriana intestinal.

A influência da microbiota gastrointestinal nos distúrbios inflamatórios pode acarretar em uma janela terapêutica efetiva para modular beneficamente a microbiota. A suplementação probiótica tem mostrado um potencial terapêutico promissor para várias doenças de pele, incluindo psoríase.

Estudo 1

 Um estudo randomizado, duplo-cego e controlado por placebo conduzido por Groeger et al., (2013) avaliou o impacto da administração oral de B. infantis durante 6?8 semanas, no biomarcador inflamatório e nos níveis de citocinas plasmáticas em pacientes com colite ulcerativa (UC), síndrome da fadiga crônica (CFS) e psoríase em três intervenções separadas.

ü  O estudo demonstrou que o B. infantis foi capaz de reduzir biomarcadores pró-inflamatórios sistêmicos em condições gastrointestinais, além de aliviar a inflamação da psoríase.

Estudo 2

ü  Após 12 semanas de tratamento, 66,7% dos pacientes no grupo probiótico e 41,9% no grupo placebo mostraram uma redução na Psoriasis Area and Severity Index de pelo menos 75% (p <0,05). Uma diferença clinicamente relevante foi observada no Physician Global Assessment index: 48,9% no grupo probiótico em comparação com 30,2% no grupo placebo.

Referências bibliográficas

Hadi Atabati1 | Seyed-Alireza Esmaeili2,3 | Ehsan Saburi4,5 | Maedeh Akhlaghi6 | Amir Raoofi7 | Nima Rezaei8,9,10 | Amir Abbas Momtazi-Borojeni11,12 Probiotics with ameliorating effects on the severity of skin inflammation in psoriasis: Evidence from experimental and clinical studies J Cell Physiol. 2020 Dec;235(12):8925-8937. doi: 10.1002/jcp.29737. Epub 2020 Apr 28.

NAVARRO-LOPEZ, V. Efficacy and Safety of Oral Administration of a Mixture of Probiotic Strains in Patients with Psoriasis: A Randomized Controlled Clinical Trial. Acta Derm Venereol. 2019 Nov 1;99(12):1078-1084.