As más condições da pele podem
causar grandes desconfortos devido a sua alta visibilidade, podendo afetar
gravemente a qualidade de vida do paciente e de seus familiares. A
maioria dos revestimentos epiteliais do nosso corpo, como a pele e a mucosa,
são colonizados por um grande número de microrganismos que constituem o que
chamamos de microbiota cutânea.
Sua composição depende de
certas características: concentração de glândulas sebáceas, hidratação,
temperatura, genética e fatores ambientais (Mottin VHM. et al., 2018).
O
que pode afetar
As alterações na microflora
cutânea, assim como alterações na microbiota do trato gastrointestinal, podem
afetar de maneira positiva ou negativa as condições da pele através de várias
formas, principalmente na produção de agentes antimicrobianos, na regulação da
resposta imune e inflamatória.
Os probióticos atuam sobre o
trato gastrointestinal, equilibrando a microbiota e protegendo o organismo
contra a ação de agentes patogênicos. A dermatite atópica (DA) é uma condição
inflamatória da pele, geralmente apresenta um curso crônico associado a
períodos de remissão e recaída.
Pesquisas recentes mostram a
eficácia do uso de Bifidobacterium
bifidum para o tratamento dessa patologia. Os Bifidobacterium bifidum possuem propriedades de ativação do sistema
imune, podendo ser útil para a prevenção de alergia. As doenças alérgicas estão
diretamente relacionadas a uma alteração no equilíbrio de algumas células que
levam à ativação e liberação de citocinas e à disfunção da produção de IgE, um
anticorpo que participa das defesas do organismo.
Em um outro estudo foi
comprovado que a administração de Lactobacillus
salivarius teve ação imunomoduladora verificada através da redução da
produção de citocinas por Th2, mantendo a produção de citocinas por Th1
estável. Além disso, foi observada uma redução da severidade da dermatite
atópica.
Perigos
e sintomas
Nos últimos anos, a
prevalência da doença está aumentando em nível alarmante, onde esse aumento pode
ser atribuído a distúrbios na composição da microbiota, escassez do saneamento,
aumento no uso de antibióticos, presença de ácaros no ambiente e mudanças no
estilo de vida.
Outra má condição comum na
pele é a acne, que afeta o folículo pilossebáceo, resultando em um aumento na
produção de sebo, que pode ser induzida por hormônios, queratinização alterada,
processos imunológicos e colonização bacteriana nos folículos pilosos de
diversas regiões do corpo.
Como
tratar
As opções de tratamento
incluem cuidados adequados com a pele, agentes antimicrobianos tópicos e orais,
ácidos retinóicos e peróxido de benzoíla. No entanto, o uso de probióticos é
uma alternativa promissora para ao tratamento convencional, onde inibe o
crescimento do agente causador da acne, diminui a resposta inflamatória, e suaviza
os efeitos colaterais dos tratamentos habituais.
Um estudo demonstrou a
eficácia do Lactobacillus acidophilus
e Bifidobacterium bifidum como
coadjuvante ao tratamento padrão, onde melhorou o resultado clínico e o aspecto
das lesões acneiformes.
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Farmacêutica, Pós-graduada em Tecnologia Cosmética e com MBA em Cosmetologia. Atua na área de Farmácia Magistral ao longo de sua carreira. Trabalha como Consultora Técnica na Consulfarma e no Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento da empresa há mais de 9 anos. Integrante do Corpo Docente do Instituto de Cosmetologia.