Oxibutinina como Alternativa no Gerenciamento da Hiperidrose

Redução Significativa dos Escores que Medem a Atividade da Doença

Oxibutinina na Hiperidrose

Alternativa com Bons Resultados no Controle dessa Doença

A hiperidrose é um distúrbio de sudorese excessiva que afeta, de modo significativo, a qualidade de vida dos pacientes e interfere nos aspectos sociais, emocionais e profissionais, além das atividades de lazer. As taxas estimadas de prevalência variam de 1 a 3% na população em geral, e as publicações recentes revelam predominância no gênero feminino.  A causa da hiperidrose primária não é totalmente conhecida e foi atribuída ao aumento da estimulação colinérgica, uma vez que estudos não mostram hipertrofia ou hiperplasia das glândulas sudoríparas. Além disso, a doença pode ter uma base hereditária.

Opções de Tratamento

As opções para tratamento da hiperidrose variam de terapia tópica a cirurgia, e a simpatectomia torácica vídeo-assistida (VATS) é, atualmente, considerada o método mais eficaz, seguro e minimamente invasivo; entretanto, está associada a uma importante complicação: hiperidrose compensatória.

Oxibutinina

A oxibutinina é um fármaco anticolinérgico, cada vez mais usado como uma alternativa à simpatectomia, e com bons resultados se tornou a opção inicial de tratamento.

Estudo Comprova:

Uso da Oxibutinina como Auxiliar no Controle da Hiperidrose

Esse estudo conduzido por Almeida et al. (2020) teve como objetivo avaliar a efetividade da oxibutinina oral na hiperidrose. Assim, 30 pacientes com hiperidrose primária e escores do Hyperhidrosis Disease Severity Scale (HDSS) com pontuação mínima de 2 foram selecionados para participarem desse estudo. A maior parte dos pacientes eram mulheres e a média de idade era de 40 anos e 17 pacientes relataram histórico familiar de hiperidrose.

O mais comum tipo de hiperidrose foi a axilar (50%), seguida da palmo plantar (26,7%), craniofacial (36,7%) e do tronco (16,7%). A duração média do tratamento foi de 2,4 anos. Todos os pacientes usaram a oxibutinina por no mínimo um ano

Resultados:

Ø  Após as avaliações houve melhora significativa na pontuação dos escores do HDSS nos pacientes com diferentes tipos de hiperidrose (p<0,001);

Ø  66,7% dos pacientes apresentaram melhora de dois graus nos escores do HDSS (excelente resposta);

Ø  A média dos escores iniciais do HDSS foi de 3,87 e no final do período de avaliação foi de 1,93;

Ø  Os efeitos adversos mais frequentes foram: boca seca (76%), palpitação (26%), olhos secos (23%) e retenção urinária (23%).

Conclusão:

Esse estudo sugere que a oxibutinina é efetiva e segura no tratamento da hiperidrose, com efeitos colaterais leves e com significativa melhora dos escores do HDSS.

Referência:

Almeida, A. R. T., Ferrari, F., Restrepo, M. V. S., & Rocha, V. B. (2020). Oxybutynin in primary hyperhidrosis: a long-term real-life study. Dermatologic Therapy.