Novo Estudo Demonstra o Uso de Probióticos na Dermatite Atópica

Estudos Científicos
05/mai/2023

Reduz a Síntese de Citocinas Pró-Inflamatórias e Aumenta os Níveis de Foxp3+


Uso de Probióticos na Dermatite Atópica

Equilibra a Microbiota Intestinal e Melhora o Sistema Imune

 

A dermatite atópica é uma doença inflamatória crônica da pele que afeta todas as faixas etárias com maior incidência nas idades mais jovens. É caracterizada pela xerose cutânea, as lesões eczematosas, eritematosas, exsudativas e crostosas com morfologia e distribuição característica. A disfunção da barreira cutânea e do sistema imunitário são os principais fatores que apresentam maior magnitude quando associados à colonização e infeção frequente pela bactéria patogênica Staphylococcus aureus.

 

Patogênese da Dermatite Atópica

A patogênese da dermatite atópica é multifatorial e inclui fatores imunológicos. Essa patologia é considerada crônica e é caracterizada pelo domínio da expressão das células T-helper 2 (Th-2) que estão associadas com infiltração celular na pele e aumento dos níveis de IgE. 


As células Th-2 induzem a apoptose de queratinócitos e também afeta a função barreira da pele, o que a deixa suscetível para o desenvolvimento de infecções e também acelera os processos de xerose.


Aproximadamente 70 a 80% dos adultos com dermatite atópica mostraram níveis aumentados de IgE específicos de alérgenos ambientais ou de alimentos. A dermatite atópica também é caracterizada pelo aumento da produção de citocinas como: IL-4, IL-5, IL-13 e IL-17. A maior expressão de Th-2 suprime a síntese de citocinas com propriedades anti-inflamatórias. Já o Foxp3+ é uma proteína envolvida nas repostas do sistema imune. Ela é um membro da família de proteínas Fox e funciona como um fator de equilíbrio das funções das células T reguladoras e seu aumento está associado com melhoras na sintomatologia da dermatite atópica.

 

Probióticos na Dermatite Atópica

 Os distúrbios alérgicos estão associados à microbiota intestinal anormal. Estudos examinaram espécies bacterianas específicas em amostras de fezes e demonstraram que a sua abundância está correlacionada com o desenvolvimento de atopia e asma. A suplementação probiótica exerce um efeito benéfico no intestino e na pele com o aumento da presença de bactérias benéficas e diminuindo a presença de bactérias patogênicas. Além disso, inúmeros estudos mostram que o uso de probióticos promove um equilíbrio do sistema imune com redução das citocinas pró-inflamatórias.


Estudo Comprova

Prakoeswa et al. (2020) conduziram um estudo com o objetivo de avaliar os efeitos da suplementação de Lactobacillus plantarum em pacientes com dermatite atópica de leve a moderada. Os resultados obtidos foram:


Resultados

 

Ø  Os escores do SCORAD foram significativamente menores no grupo probiótico quando comparado com o placebo após oito semanas de tratamento;

Ø  Os níveis de IL-4 e IL-17 diminuíram significativamente no grupo probiótica e os níveis de foxp3+ aumentaram no mesmo grupo;

Ø  Os níveis de IgE permaneceram inalterados em ambos os grupos.



Conclusão

A administração de L. plantarum foi efetiva no alívio dos sintomas da dermatite atópica em pacientes com sintomas de leves a moderados. Essa melhora provavelmente foi devida aos seus efeitos imunomoduladores. 


Referências bibliográficas

PRAKOESWA, CRS. et al. Beneficial effect of Lactobacillus plantarum IS-10506 supplementation in adults with atopic dermatitis: a randomized controlled trial. J Dermatolog Treat. 2020 Nov 8;1-8. doi: 10.1080/09546634.2020.1836310. Online ahead of print.







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Equipe Técnica Consulfarma
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