Metionina como Acidificante Urinário em Cães e Gatos
Estudos Científicos
09/fev/2023
Suplementação Segura Mesmo em Altas Doses
Metionina
Benefícios da
Suplementação
A L-metionina é um aminoácido neutro codificado geneticamente
que não é produzido no corpo. É um dos dez aminoácidos chamados “essenciais”
que devem ser fornecidos na dieta.
Pertence a um grupo de compostos chamados
lipotrópicos; produtos químicos que ajudam o fígado a processar as
gorduras (lipídios). Ele reduz o colesterol plasmático, aumentando a
produção hepática de lecitina e reduz a gordura hepática.
A metionina também protege os rins; é
um agente quelante natural para metais pesados; regula a formação de
amônia; e ajuda a criar urina sem amônia. A metionina é essencial para a absorção, transporte
e biodisponibilidade de selênio e zinco no corpo.
Deficiência
de Metionina
Estudos recentes mostram que a deficiência de metionina pode
estar associada ao desenvolvimento de cataratas relacionadas à idade e que a
suplementação de metionina pode atrasar seu desenvolvimento. Cisteína,
carnitina e taurina podem depender da metionina para sua síntese.
Uso
de Metionina em Cães e Gatos
àA DL-metionina pode ser usada para prevenir a
formação de cristais de fosfato de amônio e magnésio na urina. Esses cristais
são comumente chamados de estruvita. A estruvita é o mineral mais
frequentemente envolvido em urólitos que ocorrem na doença do trato urinário
inferior (LUTD) felina, também conhecida como síndrome urológica felina (FUS).
Os cristais de estruvita são mais solúveis na urina ácida e tendem a não se
desenvolver e, eventualmente, se dissolvem à medida que o pH urinário é
reduzido. A metionina é eficaz no aumento da acidez urinária.
àPara reduzir o conteúdo de amônia na urina
(para controlar o odor da urina).
Estudos de Segurança
Estudo 1
Um Labrador Retriever de 39 kg ingeriu
aproximadamente 350 comprimidos contendo 150 mg de metionina/comprimido e foi
apresentado após episódios repetidos de vômito (VILLAR;
CARSON; OSWEILER; BRYAN, 2003).
Resultados:
üA única anormalidade era ataxia posterior
sugestiva de lesão medular. O animal foi tratado com fluidos IV, esteróides e
protetores gastrointestinais. Aproximadamente 4,5 horas após entrar na clínica,
o cão teve um único episódio de convulsão com duração de 2-3 minutos que foi
tratado com fenobarbital. A amônia sérica naquele momento era normal (0,19
mg/dL). O animal não apresentou mais anormalidades do SNC e acordou
aparentemente normal. Um odor de mofo no hálito foi percebido ao longo do dia,
possivelmente devido aos mercaptanos voláteis produzidos a partir do
metabolismo da metionina.O animal teve uma recuperação sem intercorrências e
teve alta no dia seguinte.
Estudo 2
Um
estudo teve como objetivo descrever a sinalização, os achados clínicos, o
momento dos sinais, o resultado e o prognóstico em uma população de cães
expostos à metionina por meio da ingestão de produtos acidificantes da urina.
Resultados e Conclusão:
üOs sinais clínicos se desenvolveram em 47%
dos cães. Os sinais clínicos mais comuns foram gastrointestinais (GI) e
neurológicos. O início médio dos sinais GI foi de 2,8 horas após a
ingestão. O início médio dos sinais neurológicos foi de 6,8 horas após a
ingestão. Os sinais GI foram identificados com doses ingeridas =22,5
mg/kg. Vômito foi o sinal GI mais comum. Sinais neurológicos foram
identificados com doses ingeridas =94,6 mg/kg. Ataxia foi o sinal
neurológico mais comum. A resolução dos sinais clínicos ocorreu dentro de
48 horas após a ingestão, e nenhuma morte foi relatada.
O prognóstico para cães com
intoxicação por metionina é excelente. Vômito e ataxia foram os sinais
clínicos mais comuns associados à intoxicação por metionina.
Referências bibliográficas
HICKEY, M. C.; SON, T. T.;
WISMER, T. Retrospective evaluation of methionine intoxication associated with
urinary acidifying products in dogs: 1,525 cases (2001-2012). J Vet Emerg Crit Care (San Antonio),
25, n. 5, p. 640-645, Sep-Oct 2015.
VILLAR, D.; CARSON, T. L.;
OSWEILER, G.; BRYAN, R. Overingestion of methionine tablets by a dog. Vet Hum Toxicol, 45, n. 6, p. 311-312,
Dec 2003.
Autor(a)
Equipe Técnica Consulfarma
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