Fogachos no Climatério e
Menopausa
Opção
Farmacológica Auxilia na Diminuição destes Sintomas
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a transição climatérica é a etapa da vida da mulher na qual ocorre a passagem da fase reprodutiva, com menstruações regulares, para a senescência ovariana (ou seja, o fim dos períodos menstruais). A menopausa é a data da última menstruação da mulher e é reconhecida após 12 meses consecutivos de amenorreia. Portanto, a menopausa é identificada de forma retrospectiva e dispensa exames complementares – deixando a própria avaliação clínica como responsável pelo diagnóstico.
Assim, como consequência do conjunto de
fatores mencionados acima, o hipoestrogenismo e outras alterações
endocrinológicas da fase reprodutiva, aproximadamente 90% das mulheres nesse
período transicional são acometidas por pelo menos um sintoma climatérico. Esse
é o caso dos sintomas vasomotores (fogachos).
Características
dos Fogachos
Os
fogachos são sensações transitórias e súbitas de calor, geralmente com início
na parte superior do tronco ou na cabeça. A intensidade e a frequência deles
não seguem necessariamente um padrão, mas podem durar de alguns segundos a
vários minutos, quando ocorrem durante o sono são denominados suores noturnos.
Podem ser considerados patológicos
porque interferem de modo negativo na qualidade de vida. Além disso,
existem indícios de que a presença frequente de fogachos possa estar
relacionada a pior desempenho cardiovascular em função da ativação de eixos
endocrinológicos de adrenalina e cortisol.
Sulpirida
nos Sintomas Vasomotores
A
sulpirida possui um mecanismo de ação bimodal. Enquanto bloqueia os receptores
dopaminérgicos pós-sinápticos, ela – quando em doses mais baixas – também
bloqueia os receptores dopaminérgicos auto inibitórios pré-sinápticos,
aumentando a quantidade do neurotransmissor dopamina na fenda sináptica.
O aumento da disponibilidade de dopamina no sistema nervoso central pode também justificar a melhora dos sintomas vasomotores do climatério, considerando que contamos cada vez mais com uma hipótese multifatorial para os fogachos, na qual um desequilíbrio nos níveis séricos de dopamina também está contido na gênese dessas sensações.
Um estudo publicado no periódico internacional Gynecological Endocrinology teve como objetivo medir os efeitos da sulpirida, comparando com o placebo, na frequência e severidade dos fogachos.
Resultados
Ø A
frequência e a gravidade dos fogachos por dia na linha base foram semelhantes
em ambos os grupos;
Ø A sulpirida reduziu significativamente a média semanal total de frequência de fogachos e a média semanal total de escores de gravidade após 4 e 8 semanas de tratamento.
Conclusão
O tratamento com sulpirida reduziu significativamente a frequência e a gravidade dos fogachos. Mais estudos são necessários para confirmar seus benefícios e mecanismos de ação relacionados.
Borba CM, Ferreira CF, Ferreira
FV, Pérez-López FR, Wender MCO. Effect of sulpiride on menopausal hot flashes:
a randomized, double-blind, placebo-controlled clinical trial. Gynecol
Endocrinol. 2020 Mar;36(3):247-251. doi: 10.1080/09513590.2019.1658189. Epub
2019 Sep 3. PMID: 31476924.
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