Dermatites
Associadas à Radioterapia
Uso Tópico de Silimarina Auxilia na Prevenção das Dermatites
O câncer de mama é a segunda neoplasia mais frequente no mundo e a mais comum entre as mulheres. A estimativa mundial aponta uma incidência de 1,7 milhões e, no Brasil, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), no biênio 2018- 2019, ocorrerão cerca de 600 mil casos novos de câncer, sendo 60 mil primários de mama.
Tal modalidade terapêutica provoca, frequentemente, toxicidade cutânea mais conhecida como radiodermatite. Essas dermites são lesões definidas como um conjunto de reações cutâneas decorrentes da destruição de células basais da epiderme, provocadas por exposição à radiação ionizante necessária para eficácia da radioterapia.
A radiodermatite aguda inicia-se por volta da terceira semana de tratamento, podendo ocorrer tardiamente após 90 dias do início do tratamento e, apesar dos esforços para minimizar a dose total de radiação, cerca de 80-90% dos pacientes em tratamento radioterápico irão desenvolvê-las em algum grau, porém avalia-se que somente 10-15% em graus mais avançados (descamação úmida e ulceração).
O uso tópico de alguns fitoterápicos auxilia no manejo das dermatites associadas à radioterapia, e a silimarina, um flavonoide extraído do Silybum marianum, exibe atividades antioxidantes e anti-inflamatórias.
Silimarina
A silimarina (Milk thistle – Silybum marianum L.) é um fitoterápico conhecido por suas propriedades hepatoprotetoras. Seus ativos constituem uma mistura de várias flavonolignanas chamadas de silimarina que se destacam: silibina, silicristina, silidianina, isosilicristina e outras frações não identificadas.
Propriedades Antioxidantes e Anti-Inflamatórias da Silimarina
A silibina é o principal componente e o mais responsável pelos efeitos biológicos da silimarina. Inúmeros estudos em animais e humanos ilustraram que a silimarina aumenta os níveis de glutationa e a atividade da superóxido dismutase, resultante em grande capacidade antioxidante, ‘sequestradora’ de radicais livres e inibição da peroxidação lipídica.
Por outro lado, a silimarina mostra efeitos imunomodulatórios e suprimi a ativação dos linfócitos T afetando os mecanismos anti-inflamatórios associados com o NF-kB).
Uso Tópico da Silimarina Auxilia na Prevenção e Tratamento da Ocorrência de Radiodermatite em Pacientes com Câncer de Mama
A severidade da radiodermatite foi
medida semanalmente através dos escores do Radiation
Therapy Oncology Group (RTOG) e pelo National
Cancer Institute Comnon Terminology for Adverse Events (NCI-CTCAE).
Resultados:
ü A média do NCI-CTCAE e do RTOG foram significativamente
menores no grupo silimarina no final da terceira e da quinta semana de
avaliação (p<0,05);
ü Os escores aumentaram da dermatite
aumentaram nos dois grupos durante a radioterapia, porém no grupo silimarina a
radiodermatite apresentou uma taxa de progressão mais tardia;
ü O gel de silimarina foi bem tolerado e não foram identificados efeitos adversos relevantes após a aplicação do produto.
Conclusão:
KARBASFOROOSHAN, H. et al. Topical silymarin administration for prevention of acute radiodermatitis in breast cancer patients: A randomized, double-blind, placebo-controlled clinical trial. Phytother Res. 2019 Feb;33(2):379-386.
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