Fármacos Usados em Mulheres com Alopecia Androgenética

Estudos Científicos
01/abr/2021

Conheça os ativos que atuam diretamente no tratamento desse distúrbio tão comum


Principais Mecanismos Envolvidos na Alopecia Androgenética Feminina

Ação dos Andrógenos no Desenvolvido da Calvície Padrão Feminina

A alopecia androgenética (AAG) pode acometer tanto homens como mulheres. Juntamente com o eflúvio telógeno, respondem por quase 90% das queixas relacionadas a perda de cabelo. Caracteriza-se como alopecia difusa não cicatricial, que evolui partir da miniaturização de folículos pilosos por mecanismo hormonal e a consequente diminuição do número de fios, sendo mais frequente nas regiões central, frontal e parietal do couro cabeludo. Esse processo ocorre devido a ciclos consecutivos da anagênese cada vez mais curtos, com aumento da proporção dos folículos em telogênese. 


Diferentemente da alopecia masculina, nas mulheres os fios tornam-se mais finos, havendo rarefação difusa nas regiões fronto-parietais, porém sem a ocorrência de áreas de calvície típica.

Os mecanismos pelos quais ocorre a herança genética para AAF ainda não estão bem esclarecidos. AAF manifesta-se com graus variados de intensidade e com início em idades diferentes, sugerindo padrão poligênico, de penetrância incompleta. Estresse psicológico, hipertensão arterial, diabetes mellitus, tabagismo, pouca atividade física, podem ser fatores que desencadeiam alopecia androgenética em pessoas geneticamente predispostas.

O ciclo do cabelo é um processo de desenvolvimento do folículo piloso em fases cíclicas alternadas de repouso e crescimento que corresponde à fase anágena (crescimento do fio), catágena (regressão do fio) e telógena (queda do fio). O mesmo sujeito à modulação por inúmeras influências extrínsecas, tais como os andrógenos. Acredita-se que os folículos pilosos geneticamente predispostos são o alvo para a miniaturização do folículo capilar estimulado pelos andrógenos, ocasionando a substituição gradual de pelos pigmentados grandes (pelos terminais) por pelos despigmentados (pelos vellus).

A testosterona é produzida nos ovários e nas glândulas supra-renais nas mulheres e é o principal andrógeno circulante. Nas mulheres, os níveis sistêmicos de testosterona são baixos em comparação com os homens. Ainda não foram estabelecidos os mecanismos exatos da ação dos androgênios na patogenia da alopecia feminina. Porém, acredita-se que os andrógenos fazem a regulação dos genes que controlam o ciclo capilar, e a expressão desses genes depende das concentrações de andrógenos e seus receptores no folículo piloso. Verificou-se que a uma maior expressão do gene AR está diretamente relacionado à calvície, como também o aumento da expressão de 5a-redutase nas regiões onde ocorre a queda de cabelo.


Estudos Comprovam

Fármacos Usados em Mulheres com Alopecia Androgenética


  • Finasterida + Minoxidii

Este estudo randomizado, duplo-cego e controlado teve como objetivo comparar a eficácia e segurança da finasterida tópica combinada ao minoxidil versus minoxidil como monoterapia. Combinação de finasterida e minoxidil pode ser uma associação promissora no tratamento da FPHL (alopecia androgenética feminina) com um benefício adicional de aumentar o diâmetro do cabelo se comparado a monoterapia com minoxidil. No entanto, como pode ser absorvido por via percutânea, deve ser reservado para mulheres na pós-menopausa.


  • Minoxidil Espironolactona

Este é um estudo piloto que observou e acompanhou 100 mulheres com alopecia feminina ao longo de 1 ano de tratamento oral com Minoxidil e espironolactona (Sinclair, 2018). O tratamento com minoxidil e espironolactona, via oral, parece ser seguro e eficaz no tratamento da alopecia feminina, sendo uma boa alternativa para pacientes intolerantes ao uso do minoxidil tópico. Entretanto, este é um estudo piloto prospectivo, não controlado e aberto o que requer avaliação minuciosa do histórico do paciente antes da prescrição.

  • Minoxidil 17a-Estradiol

O objetivo do estudo foi avaliar a terapia combinada consistindo de 17a-estradiol 0,025% e minoxidil 3% em 34 mulheres com alopecia. A contagem total de fios e o diâmetro dos mesmos aumentou após 6 meses de tratamento em comparação à linha base (p<0,001). A avaliação fotográfica revelou melhora significativa, suportando a eficácia terapêutica. A terapia combinada com 17a-estradiol 0,025% e minoxidil 3% pode ser uma opção para o tratamento a alopecia feminina.

  • Minoxidil oral

Um estudo randomizado, aberto e comparativo teve como objetivo comparar a eficácia do Minoxidil oral versus tópico no tratamento da calvície de padrão feminino. Após o final do tratamento, a densidade total dos cabelos aumentou em 12% no grupo que recebeu minoxidil oral e 7,2% no grupo que aplicou o minoxidil. Os resultados demonstram que a baixa dose de Minoxidil oral proporciona melhora da alopecia de padrão feminino e que não difere da solução em 5%, revelando um perfil seguro e com efeitos adversos bem tolerados.


Referências

STARACE, M. et al. Female Androgenetic Alopecia: An Update on Diagnosis and Management. Am J Clin Dermatol. 2019 Nov 1.

BLUME-PEYTAVI, U. et al. Efficacy and Safety of Once-Daily Minoxidil Foam 5% Versus Twice-Daily Minoxidil Solution 2% in Female Pattern Hair Loss: A Phase III, Randomized, Investigator-Blinded Study. J Drugs Dermatol. 2016 Jul 1;15(7):883-9.

SINCLAIR, R. D. Female pattern hair loss: a pilot study investigating combination therapy with low-dose oral minoxidil and spironolactone. Int J Dermatol, v. 57, n. 1, p. 104-109, Jan 2018. ISSN 0011-9059. 

CHOE, S. J.; LEE, S.; CHOI, J.; LEE, W. S. Therapeutic Efficacy of a Combination Therapy of Topical 17alpha-Estradiol and Topical Minoxidil on Female Pattern Hair Loss: A Noncomparative, Retrospective Evaluation. Ann Dermatol, 29, n. 3, p. 276-282, Jun 2017.

SINCLAIR, R. D. Female pattern hair loss: a pilot study investigating combination therapy with low-dose oral minoxidil and spironolactone. Int J Dermatol, v. 57, n. 1, p. 104-109, Jan 2018. ISSN 0011-9059. 

Lucas Meyer, França.


à Essa tecnologia pode ser encontrada em farmácias de  manipulação.

Autor(a)

Equipe Técnica Consulfarma
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