Uso
de Ômega-3 em Pacientes com Psoríase
Benefícios Significativos no Gerenciamento dessa
Patologia
A psoríase é doença inflamatória crônica da pele, mediada por células T, caracterizada por lesões eritematoescamosas, aumento na proliferação celular e padrões anormais de diferenciação dos queratinócitos. Apresenta prevalência mundial estimada em 2%, variando entre 0,6% e 4,8%, sem predileção por sexo nem por faixa etária, sendo mais comum entre a terceira e a quarta décadas, no sexo feminino e em indivíduos com história familiar.
As causas são desconhecidas, porém uma predisposição genética, associada a fatores ambientais como fumo, álcool, alimentação, infecção, drogas e eventos estressantes, constitui uma explicação etiológica plausível.
A prevalência e a gravidade da psoríase
têm se mostrado diminuídas durante períodos de jejum. Dietas hipocalóricas
levam à melhora dos sintomas e podem ser importantes fatores
adjuvantes na prevenção e no tratamento do tipo não-pustular moderado.
Patogênese da Psoríase
A patogênese da psoríase pode ser explicada pela desregulação das células do sistema imune, bem como ocorre alterações na diferenciação e proliferação de queratinócitos. Há um aumento dos biomarcadores inflamatórios, tais como TNF-a, interleucinas (IL)-12, IL-23 e IL-17. Esses achados inflamatórios são encontrados com mais frequência na circulação periférica dos indivíduos com psoríase. O tratamento tem sido baseado no uso de imunossupressores sistêmicos ou tópicos, tais como corticosteroides sistêmicos, metotrexato, ciclosporina, fototerapia ou psoraleno.
Ômega-3 e Psoríase
Os ácidos graxos poli-insaturados (PUFAs) estão entre os compostos que apresentam grande potencial no tratamento de inúmeras desordens cutâneas, incluindo a psoríase. As anormalidades que ocorrem nos queratinócitos na psoríase devido à ativação dos linfócitos T e subsequente formação de ácido araquidônico, promovem a formação de inúmeras citocinas pró-inflamatórias, incluindo: prostaglandinas, leucotrienos, TNF-a e moléculas de adesão.
A suplementação de ômega-3 EPA (ácido eicosapentaenoico) e o DHA (ácido docosapentanenóico) atua de maneira dose dependente na inibição de vários mediadores pró-inflamatórios e a metabolização do EPA e DHA acarreta em diminuição da inflamação e maior resolução das anormalidades cutâneas associadas com a psoríase.
Estudo de revisão conduzido por Cain et al. (2019) teve como objetivo avaliar a eficácia da suplementação com ômega-3 como tratamento auxiliar no gerenciamento da psoríase.
Resultados
- Essa meta-análise indicou que houve uma significativa
diminuição dos escores do PASI (Psoriasis Area and Severity Index) em -1,58
[intervalo de confiança (IC de 95%): -2,24 a -0,92 – p<0,001) em favor do
ômega-3 quando comparado com o grupo tratado apenas com placebo.
- Também foram observadas diferenças significativas no quesito
eritema em -1,66 unidades (-0,69 IC de 95%: -1,26 a -0,13 – p=0,02).
- Significativas melhoras foram observadas também nas escalas que medem o grau de coceira.
Conclusão
Os resultados dessa meta-análise demonstraram que a suplementação de ômega-3 foi eficaz na melhora dos parâmetros que medem a severidade da doença, eritema e coceira. Dessa forma, ômega-3 pode ser utilizado para melhoras as condições cutâneas associadas com essa patologia e também pode auxiliar o tratamento padrão.
Referências bibliográficas
CAIN, CTC. et al. Efficacy of ?-3 supplementation in patients with psoriasis: a meta-analysis of randomized controlled trials. Clin Rheumatol. 2019 Apr;38(4):977-988. doi: 10.1007/s10067-019-04456-x. Epub 2019 Feb 18.
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