Doença Renal Crônica
Tratamento
A doença renal crônica (DRC) é uma importante enfermidade presente com grande frequência na clínica de pequenos animais, é progressiva, irreversível e não tem cura.
A causa de base da DRC na maioria das vezes já não está presente quando a doença é diagnosticada e a redução na função renal provoca intenso desequilíbrio na homeostase do organismo.
Seu tratamento é, portanto, um desafio para os médicos veterinários, que devem compreender os desdobramentos da doença e suas consequências para tratá-la, evitar a progressão da doença e aumentar o tempo de sobrevida do paciente com qualidade.
Tratamento
à O principal tratamento é o nutricional, incluindo a mudança da dieta manutenção de um bom escore de condição corporal;
à Também é importante manter a hidratação e correção dos distúrbios eletrolíticos e ácido-base, tratar a hipertensão arterial, proteinúria, hiperfosfatemia, anemia, hipovitaminose D, anormalidades gastrintestinais e infecções concomitantes;
à Outros tratamentos promissores, mas ainda pouco disponíveis são a hemodiálise, diálise peritoneal e o transplante renal;
à Tratamentos complementares também devem ser utilizados de acordo com os sinais clínicos e a realidade de cada paciente.
à Para controle de vômitos pode-se utilizar mirtazapina (cães 15 a 30mg VO SID e gatos 1,875 a 3,75 mg VO a cada 48 ou 72 horas), metoclopramida (cães e gatos 0,1 a 0,5mg/kg QID ou BID) (LIVIA DE QUEIROZ 2013).
Mirtazapina
Mirtazapina é um antidepressivo tetracíclico antagonista dos receptores serotoninérgicos (5 HT3, 5 HT2 e 5 HT1) e dos receptores alfa 2, com propriedades antieméticos, ansiolíticas e antidepressivas.
Em gatos: antiemético e estimulante de apetite
Em cães: seu uso ainda é empírico como antiemético
Estudos Compovam
Evidência 1
A anorexia é definida como falta total ou parcial de apetite . Normalmente é secundária a algum problema sistêmico, como distúrbios gastrointestinais, renal, hepático, pancreático ou oncológicos. Portanto, o objetivo desse relato foi verificar o efeito estimulante do apetite, além de possíveis efeitos colaterais da mirtazapina em um gato acometido por co-morbidades, apresentando vômito e anorexia.
Resultados
ü Embora vários agentes tenham sido usados historicamente para a estimulação do apetite, devido a potenciais efeitos colaterais e/ou falta de eficácia, atualmente, a ciproheptadina e a mirtazapina podem ser recomendadas para uso, estimulando o apetite e podendo dispensar meios mais intensivos de suporte nutricional.
Outras Evidências
ü Um estudo avaliou os efeitos da mirtazapina sobre o peso corporal, apetite e vômito em gatos com DRC e observaram que nos gatos tratados com mirtazapina em comparação com o grupo placebo, houve aumento estatisticamente significativo do apetite, da atividade e uma diminuição significativa no vômito e também houve ganho de peso corporal;
ü Em outro estudo, os autores quiseram determinar os efeitos adversos mais comuns relatados e a dose associada a esses sinais da mirtazapina em felinos e observaram que os efeitos adversos mais comuns foram vocalização, agitação, ataxia, inquietação e tremores. No entanto, esses sinais foram associados a uma dose de 15 mg. Nesse sentido, os autores concluíram que a dose de 1,88 mg/gato é mais apropriada para estimular o apetite e ao mesmo tempo, limitar a toxicidade;
ü Em outro estudo, foram avaliados 68 gatos com diversas patologias e os autores relataram que nenhum efeito colateral atribuído à mirtazapina foi documentado durante o curso do estudo e todos os animais voltaram a comer.
Conclui-se que a mirtazapina na dose de 1,88 mg/gato é segura e capaz de estimular o apetite em gatos. No entanto, o uso da medicação não exclui a necessidade de determinar o diagnóstico da afecção primária que leva ao sintoma e o tratamento da causa base.
Referências
LIVIA DE QUEIROZ , L. TRATAMENTO DA DOENÇA RENAL CRÔNICA EM PEQUENOS
ANIMAIS. GOIÂNIA: UNIVERSIDADE FEDERALDE GOIÁS
ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA
PACS, B.; ARM, F.; JP, V.; AP, M. et al. Resolução da anorexia após tratamento com mirtazapina em gato diagnosticado com
doença renal crônica e tríade felina – Relato de Caso. COMFEL 2018 - Congresso Medvep Internacional de
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