Dermatose em Chinchilas
Características
A chinchila, Chinchila lanigera, (Rodentia, Chinchilidae) é um mamífero de pequeno porte, que mede de 22 a 28 cm, do focinho até a base da cauda.
Dermatopatias
As dermatopatias destacam-se entre as infecções nesses animais, variando entre processos não-infecciosos e infecciosos, salientando-se nesses últimos, as dermatomicoses.
As dermatoses, por constituírem alta porcentagem dos processos dermatológicos dos animais, assumem particular importância nos problemas médico-veterinários, uma vez que o diagnóstico, o tratamento e a orientação são variáveis de acordo com a etiologia do processo.
Dermatomicose em Chinchilas
Tratamento e Características
Em uma criação industrial de chinchilas em Araçariguama (SP), compreendendo 1238 animais, foi detectada a ocorrência de dermatose. Observaram-se lesões circulares, alopecia não-pruriginosa, comprometendo áreas próximas ao focinho, face, base das orelhas e do corpo, acometendo um total de 452 animais. Foram realizados raspados de pele e coletado pêlos dos animais acometidos para serem examinados no Laboratório de Diagnóstico de Doenças Infecciosas/FMVZ-USP (Clinica Veterinária, 1997).
Resultados:
ü O exame direto observou presença de hifas e artrósporos de dermatófitos e células leveduriformes sugestivas de Scopulariopsis sp. Esses resultados foram confirmados pelo isolamento de Tricophyton mentagrophytes e Scopulariopsis brevicaulis. O material cultivado revelou também a presença de Staphylococcus coagulase positivo;
ü Os animais fora tratados diariamente com LUGOL a 70% em solução alcoólica, durante 5 dias, por ter ação antifúngica e ser econômico. Após esse período verificou-se melhora clinica significativa, representada por estagnação do processo e surgimento dos pêlos nas árias de alopecia. O quadro evoluiu para cura, constatando-se total restabelecimento dessas áreas após 30 dias.
Foram informados dois casos de infecção por Trichophyton mentagrophytes (HATA; AMAGAI; NAKA; HARADA et al., 2000).
Caso 1: Uma menina de 10 anos visitou o Tókio Eletric Power Hospital em junho de 1994 para avaliação de uma lesão eritematosa na cabeça. Três meses de terapia com esteróides tópicos exacerbaram a lesão com formação de pústulas. Exame histopatológico e micológico revelaram que o paciente teve tinea capitis causada por T. mentagrophytes. T. Mentagrophytes também foi isolado de seu animal de estimação, um hamster.
Caso 2: Uma menina de 14 anos recorreu a Clínica de Shonan em janeiro de 1996 com eritema escamoso na face. Ela tinha sido tratada com cloridrato de neticonazol em outra clinica, com piora da lesão. Exame de microscopia direta foi negativo naquele momento, desta forma, o tratamento com esteróides tópicos foi iniciado. Depois de 10 dias, a lesão estava quase curada, mas um mês depois ocorreu uma distribuição anular. Depois disso foi revelada mycelia e T. mentagrophytes isoladas em cultura. T. Mentagrophytes também estava isolado do seu animal de estimação, uma chinchila. Em ambos os casos, a administração oral de ITRACONAZOL 50 mg/dia foi efetivo. O patógeno isolado foi identificado como vanbreuseghemii de Arthroderma. T. Mentagrophytes é um dos dermatófitos mais comuns isolado do homem e de animais.
Referência:
Clinica Veterinária. 2 1997.
HATA, Y.; AMAGAI, M.; NAKA, W.; HARADA, R. et al. [Two cases of Trichophyton mentagrophytes infection contracted from a hamster and a chinchilla]. Nihon Ishinkin Gakkai Zasshi, 41, n. 4, p. 269-273, 2000.
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