Doença Pulmonar Pós-Covid
Fitoterápicos Podem Auxiliar no
Controle dessa Patologia
Os primeiros relatos
de uma pneumonia viral atípica, que viria a receber o nome Coronavirus
Disease 2019 (COVID-19), foram confirmados oficialmente em 31 de dezembro
de 2019 (Freitas et al., 2022).
Fibrose
Pulmonar
Entre as consequências geradas por esse
vírus, encontra-se o acometimento do sistema respiratório, no qual os pacientes
podem apresentar diversas formas de comprometimento intersticial pulmonar
(alterações da função pulmonar), a lesão pulmonar em forma de fibrose é
abordada pela presente revisão. Entende-se a fibrose pulmonar como uma
deposição maciça de matriz extracelular (ECM) no interstício dos pulmões
associada à destruição do parênquima desses órgãos, ocasionando perda de
função. A fibrose pulmonar pós-COVID, para alguns autores, foi definida como
qualquer condição semelhante à fibrose, visto que a caracterização de
irreversibilidade do quadro ainda não está bem esclarecida. Ademais, alterações
compatíveis com fibrose estiveram presentes em 56% dos pacientes que apresentaram
quadro sintomatológico moderado de COVID-19 e em 71% dos pacientes com
manifestações graves, três meses após a reabilitação da doença (Freitas et
al., 2022).
Ressalta-se que durante a fase aguda da COVID-19, as lesões pulmonares podem ocasionar alterações nas trocas gasosas e na mecânica ventilatória. Dessa maneira, a suplementação com oxigênio é realizada até que o paciente consiga se restabelecer do desequilíbrio causado pela resposta imune ao vírus SARS-CoV-2. Por outro lado, durante a fase crônica da doença, a redução da complacência pulmonar associada a um aumento da inflamação são os mecanismos relacionados ao desenvolvimento de fibrose. É válido salientar, ainda, que os mecanismos moleculares relacionados à fibrose pulmonar seguem pouco conhecidos (Freitas et al., 2022).
Um estudo realizado por pesquisadores italianos avaliou os efeitos da suplementação de dois fitoterápicos (picnogenol e Centella asiatica) em pacientes com doença intersticial e fibrose pulmonar (associados ou não com a COVID-19). Essas substâncias podem apresentar um efeito auxiliar significativo na diminuição do estresse oxidativo e da inflamação, o que pode acarretar em uma evolução mais lenta para os quadros de fibrose.
Estudo Comprova:
Fitoterápicos Auxiliam no Gerenciamento das Sequelas
da Pneumonia Intersticial Idiopática
O objetivo deste estudo, publicado no periódico Minerva Medica, foi avaliar a combinação de picnogenol e Centella asiatica em indivíduos com sequelas de pneumonia intersticial idiopática. Recentemente, a doença pulmonar pós-COVID-19 está surgindo em um grande número de pacientes com doenças pulmonares crônicas. Dessa forma, essa combinação foi avaliada nesse grupo de pacientes.
Resultados:
- O estresse oxidativo que estava muito alto em todos os
indivíduos na inclusão diminuiu significativamente no grupo 1 (P <0,05);
- O Índice de Escala de
Desempenho de Karnofsky melhorou de forma considerável no grupo 1 em comparação
com o controle (P <0,05);
- Os sintomas (fadiga, dor muscular e dispneia) foram notavelmente menores após 8 meses nos pacientes suplementados (P<0,05) em comparação com o controle.
- Ao final do estudo, as pequenas lesões císticas e as bronquiectasias estavam estáveis ou em regressão parcial em quatro indivíduos do grupo 1 (vs. nenhum no grupo controle) com melhora expressiva do edema tecidual nos indivíduos suplementados;
- Na ultrassonografia pulmonar, o componente fibrótico branco (mais ecogênico) na inclusão foi de 18,5% nas imagens nos controles versus 19,4% no grupo suplemento. Ao final do estudo, não houve melhora nos controles (18,9%) vs. melhora significativa nos indivíduos suplementados (16,2%; P<0,05);
- Além disso, 18 indivíduos com doença pulmonar pós-COVID-19 foram incluídos no estudo. Dez pacientes foram tratados com a combinação presente no grupo 1 e avaliados após 4 semanas; 8 pacientes serviram como controles. Os resultados preliminares mostram que os sintomas associados à doença pulmonar pós-COVID-19, após 4 semanas, foram significativamente melhorados com a combinação de suplementos (P <0,05).
Conclusão:
O picnogenol e a Centella podem melhorar o quadro clínico residual em pacientes pós-COVID-19 com doença pulmonar e reduzir o número de indivíduos que evoluem para fibrose pulmonar.
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