Cistite Idiopática Felina
Utilização de GAGs é Benéfica
A cistite intersticial/idiopática (CI) é comum em gatos com menos de 10 anos de idade e corresponde a 64% dos casos de DTUI (Doença do trato urinário inferior). O termo cistite intersticial é reservado aos gatos que têm sinais clínicos recorrentes ou sinais clínicos persistentes (DJ; CAT, 2004).
A CI é uma síndrome da dor crônica caracterizada pela dor associada ao preenchimento da bexiga, urgência e frequência urinárias e combinações variáveis ??de distúrbios comórbidos. Embora as causas da CI permaneçam incertas, a disfunção do urotélio geralmente está associada.
Embora o urotélio saudável mantenha uma forte barreira ao fluxo de íons e solutos, fatores como pH ou concentrações de eletrólitos alterados, estimulação mecânica, química ou neuralmente mediada e agentes infecciosos podem prejudicar a integridade da barreira (BUFFINGTON, 2011).
Fisiopatologia do CI
A bexiga dos pacientes com CI pode ter permeabilidade aumentada à urina, solutos, que podem entrar no urotélio e produzir irritação e inflamação;
A permeabilidade aumentada pode resultar de defeitos nas defesas de permeabilidade da
bexiga, que residem em uma camada
mucosa e em proteínas de junção apertadas na superfície das células apicais do
urotélio. A camada mucosa consiste em glicosaminoglicanos (GAG), ligados a
proteoglicanos na superfície do urotélio. Foi proposto que essas moléculas
agem como uma barreira para impedir que solutos, bactérias, potássio etc.
entrem no urotélio.
No gato, o estresse social é uma das principais causas de sinais clínicos. Isso sugere que o controle do sistema nervoso central pode levar a alterações na expressão de proteínas e glicanos no urotélio.
CI Felina
Epidemiologia e Tratamento
Apesar da CI poder ocorrer em qualquer idade, raça e sexo, é mais
frequentemente observada em:
à Animais jovens a meia idade (entre os 2 e os
6 anos de idade);
à Obesos e com níveis de atividade física
reduzidos;
à Com acesso restrito ao exterior, que utilizam um caixote de areia exclusivamente no interior da habitação e cuja dieta é feita essencialmente à base de ração seca.
Manifestações Clínicas da CI Felina
- Polaquiúria;
- Hematúria;
- Disúria;
- Tentativas múltiplas e prolongadas para urinar com ou sem produção de urina;
- Vocalização e agitação enquanto urinam;
- Lambedura compulsiva das zonas perineal e inguinal numa tentativa de aliviar a dor e, alopécia perineal bilateral auto-infligida.
Tratamento
- Redução do estresse
- Alteração da dieta
- Terapêutica farmacológica
A menos que seja provada a ocorrência de uma infecção do tracto urinário, a antibioterapia não está recomendada no tratamento da CI.
Terapêutica Farmacológica
1.
Os antidepressivos
tricíclicos podem ser úteis nos casos graves ou crônicos de CI, nos quais a
mudança de dieta e o EA não induziram melhorias
2. A suplementação com GAGs começou a ser utilizada por se pensar que os GAGs exógenos poderiam aderir ao urotélio lesado, regenerando a mucosa vesical e diminuindo a sua permeabilidade. Além disso, apresentam também um efeito analgésico e anti-inflamatório (ALHO, 2012).
Referências bibliográficas
ALHO, A. M. P. V. D. A. O enriquecimento ambiental como estratégia de tratamento e prevenção da cistite idiopática felina. Lisboa: Universidade Técnica de Lisboa. Faculdade de Medicina Veterinária 2012.
BUFFINGTON, C. A. Idiopathic cystitis in domestic cats--beyond the lower urinary tract. J Vet Intern Med, 25, n. 4, p. 784-796, Jul-Aug 2011.
DJ, C.; CAT, B.
Idiopathic/Interstitial Cystitis in Cats: Diagnosis and Management. VetLearn Foundation
2004.
VANGORDON; SEAVEY; SOFINOWSKI et al.,
2015).
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