A resolução da dor aguda ou crônica requer muitas vezes uma abordagem sinérgica. A terapia de combinação para analgesia tem como benefício à redução do número de administrações diárias de medicamentos e melhora à adesão ao tratamento. Apesar de codeína e paracetamol serem muito usados em associação, seu mecanismo exato de ação consiste ainda em uma pesquisa atual.
Recentes descobertas mostram que o paracetamol
pode atuar na enzima ciclo-oxigenase (COX) cerebral, nas vias inibitórias
descendentes, vias da serotonina e no sistema endo-canabinoide. A atividade da
codeína parece estar relacionada à sua forma farmacológica, após se converter em morfina e também por meio dos seus metabolitos, tais como norcodeína e
codeína-6 – glucuronide. Observou-se com o estudo que a associação de codeína
com paracetamol melhora significativamente a ação analgésica e reduz o índice
de “número necessário para tratar”, que consiste em uma forma de medir o
impacto de uma intervenção. Quanto menor esse valor, melhor. Em adultos, a
associação de codeína e paracetamol demonstrou ser eficaz e segura para
diferentes causas como dor aguda, pacientes pós-traumáticos e dor nociceptiva
crônica. No entanto, deve-se atentar sobre o risco da associação quanto ao seu
metabolismo relacionado à enzima CYP450 e de sua variabilidade genética na
população, principalmente quando a associação é usada em pacientes pediátricos
submetidos à retirada das tonsilas palatina na síndrome da apneia obstrutiva do
sono.